Neste artigo, exploraremos as principais diferenças entre como fazer currículos no Brasil e na Austrália, destacando os aspectos culturais e estruturais que influenciam essas distinções. Elaborar um currículo eficaz é essencial para causar uma boa impressão nos empregadores, seja no Brasil ou na Austrália. No entanto, as expectativas e padrões para currículos variam consideravelmente entre esses dois países.
Estrutura e Formato
Primeiramente, no Brasil, os currículos tendem a ser mais detalhados e extensos. Frequentemente, incluem informações pessoais como idade, estado civil e até mesmo foto. Adicionalmente, é comum listar endereços completos e outros detalhes de contato.
Em contraste, na Austrália, os currículos são mais concisos e objetivos. Os dados pessoais são minimizados para evitar qualquer forma de discriminação. Por exemplo, os empregadores australianos preferem que os candidatos não incluam fotos, idade, ou estado civil. Portanto, os currículos australianos concentram-se em informações relevantes para a vaga, promovendo uma abordagem mais direta e profissional.
Conteúdo
Enquanto os currículos brasileiros geralmente destacam a formação acadêmica logo no início, os currículos australianos priorizam a experiência profissional. Assim, no Brasil, é comum começar com os dados pessoais, seguidos por uma seção detalhada sobre a educação. Depois disso, vem a experiência profissional e outras qualificações.
Por outro lado, na Austrália, a ordem é geralmente invertida. Os currículos australianos costumam iniciar com um resumo profissional ou objetivo de carreira, seguido de uma seção robusta de experiência profissional. A formação acadêmica, embora importante, vem mais adiante no documento. Isso ocorre porque os empregadores australianos valorizam a experiência prática e habilidades diretamente aplicáveis à posição.
Estilo de Escrita
Adicionalmente, os estilos de escrita também diferem significativamente. No Brasil, os currículos tendem a ser mais formais e detalhados, com descrições completas de responsabilidades e realizações em cada posição. Muitas vezes, os candidatos incluem verbos na primeira pessoa, como “coordenei” ou “supervisionei”.
Em contraste, na Austrália, o estilo de escrita é mais direto e impessoal. Os candidatos costumam usar verbos de ação no passado, como “coordinated” ou “managed”, sem pronomes pessoais. Essa abordagem confere uma sensação de objetividade e profissionalismo, enfatizando as realizações concretas e habilidades transferíveis.
Referências
Outro ponto importante é a inclusão de referências. No Brasil, é comum mencionar “referências disponíveis a pedido” no final do currículo, mas não incluir detalhes específicos. Na Austrália, no entanto, é usual listar pelo menos duas referências com contatos diretos, ou indicar claramente que as referências estão disponíveis mediante solicitação. Essa prática reflete a cultura de transparência e confiança no processo de recrutamento australiano.
Personalização
Além disso, a personalização dos currículos difere entre os dois países. No Brasil, os currículos podem ser mais generalistas, com um formato padrão utilizado para várias candidaturas. No entanto, na Austrália, é altamente recomendado personalizar o currículo para cada vaga específica, ajustando o resumo profissional, as habilidades destacadas e até mesmo a experiência profissional para corresponder aos requisitos da posição.
Uso de Palavras-Chave
Finalmente, o uso de palavras-chave é crucial nos currículos australianos, devido ao uso frequente de sistemas de rastreamento de candidatos (ATS). Esses sistemas filtram currículos com base em palavras-chave específicas relacionadas à vaga. Portanto, é essencial adaptar o currículo para incluir termos e frases diretamente retirados da descrição do trabalho.
Por outro lado, embora o uso de palavras-chave esteja se tornando mais comum no Brasil, ainda não é tão prevalente quanto na Austrália. Isso significa que, enquanto é benéfico usar termos relevantes, o foco principal permanece em fornecer uma descrição detalhada e completa das qualificações e experiências.
Conclusão
Em resumo, ao elaborar um currículo no Brasil, é importante ser detalhado e incluir informações pessoais relevantes. Entretanto, ao criar um currículo para o mercado australiano, a concisão, a relevância das experiências profissionais e a personalização para cada vaga são fundamentais. Compreender essas diferenças culturais e estruturais pode aumentar significativamente as chances de sucesso na busca por emprego em ambos os países.